LOCAL
Araraquara
SOBRE O EVENTO
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
A semana passada foi fechada com Sidarta Ribeiro e Ailton Krenak em praça pública, na Pedro de Toledo, numa prosa encantada que só poderia acontecer aqui. E ainda suspensa sobre esse encontro num “jardim de humanidades” como disse Ailton, me levanto e resisto. Num domingo que será eternizado pela nossa história, onde abrimos caminhos para Loyola e filosofamos com Ailton e Sidarta, me questiono sobre as oportunidades de uma vida? Qual outra cidade seria a fonte promissora de tamanho acontecimento senão a nossa? Que cidade é essa que nos toca e nos provoca na mesma intensidade?! Que cidade é essa que nos privilegia com tamanha gana em ser precursora de um momento e uma parte significativa de acontecimentos? Que cidade é essa que tem cheiro de bolo de laranja e roda filosófica com pessoas que são tão encantadas? Que cidade é essa que está em cada célula nossa, em cada pensamento, em cada instante, em cada respirar? É nessa cidade, nesse jardim de humanidades, que nossas histórias se entrelaçam e nossas individualidades acontecem e fatos históricos se repetem. No mesmo setembro, lá em 1960, também pisou e proferiu uma conferência Sartre e Simone de Beauvoir, existencialistas, onde Sartre veio responder uma pergunta sobre “Existencialismo e Marxismo” 63 anos após, Sidarta e Ailton vieram prosear numa “Conversa Selvagem’ dentro de uma programação do FIDA- Festival Internacional de Dança de Araraquara “Dançar Sonhos manifestos” e afirmam: temos pensamentos cheios de esquecimento e coisificamos a vida. Estamos devastando nosso meio ambiente em nome de um desenvolvimento que já se mostrou extermínio. Estamos adoecendo em nome em uma sociedade repleta do ter e se esquecendo do ser. Estamos coisificando tudo em detrimento ao nosso bem viver. Estamos nos afastando do nosso instinto em função de uma vida virtual. Estamos sangrando por dentro e fazendo selfies sorridentes. Estamos morrendo, senão por uma pandemia, pela pior de tudo dela: nada mais se fixa, nada mais se consolida, nada mais se guarda memória, não mais se tem raízes. Mas mesmo com as incongruências, percebemos naquela tarde de domingo, que só Araraquara pode oferecer um encontro entre Ignácio de Loyola e Ailton Krenak no Hotel Municipal. Só Araraquara pode oferecer uma tarde de filosofia aos pés de um prédio histórico. Só Araraquara para invocar os seus a refletir sobre o presente e o futuro ancestral de nossas crias. Só Araraquara pode unificar nossos anseios e devaneios. É nesse cidade jardim que germinamos a história e só ela para nos fazer DANÇAR SONHOS MANIFESTOS!